quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

SACOLAS PLÁSTICAS SÃO AS MAIORES VILÃS?


A medida que evolui, a humanidade desperta para o fato de que as grandes descobertas de outrora, na verdade são um problema, por vezes, enorme. Cito como exemplo o petróleo, que já foi considerado a solução, a revolução e já se sabe, há muito tempo, que os combustíveis fósseis são muito nocivos ao meio ambiente. Pois bem. A bola da vez são as sacolas plásticas. Consideradas uma revolução no passado recente, hoje os ambientalistas as condenam com veemência, alegando que demoram muito para se decompor e isso seria nocivo ao planeta. Os governos estão sedendo às pressões dos ecologistas e alguns já tentam movimentos para substituir ou controlar o uso das sacolas. Mas será que realmente elas são tão vilãs assim? Será que são responsáveis por tantos males? Vamos analisar alguns fatores.

Primeiro, o declarado problema. Você sabe quanto tempo as sacolas plásticas demoram para sumir no ambiente? De 30 a 40 anos, segundo o site lixo.com.br, que usa informações da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro). Ora, será que isso é muito tempo? Vejamos alguns outros exemplos para comparamos: Fraudas descartáveis - 600 anos (fonte: Unicef); Couro – 50 anos (fonte: Comlurb); Caixa de leite – 100 anos (fonte: SMA São Sebastião); Material plástico - 450 anos (fonte: Unicef); Vidro – 1 milhão de anos (fonte: Campanha Ziraldo); Borracha – tempo indeterminado (Campanha Ziraldo). Isopor – tempo indeterminado (fonte: Ambiente Brasil). Então existem outros vilões muito mais agressivos ao meio ambiente do que as pobres sacolinhas. Será que a solução vai ser voltar a usar fraudas de pano? E os potes de vidro de azeitonas, maioneses, picles, etc? E as bandejinhas de isopor que são amplamente utilizadas nos mercados para embalar carnes, queijo, presunto, bacalhau, e tantos outros produtos? E os descartáveis em geral cada vez mais utilizados em festas e reuniões? E as garrafas plásticas (PET)?

Os ecologistas alegam que o problema está na quantidade de sacolas utilizadas pela população. Lembrando que as mesmas são fornecidas gratuitamente pelos mercados e usadas amplamente pelas pessoas para colocar o lixo das residências. E se acabarem as sacolinhas, como vamos jogar o nosso lixo fora? Eu digo: seremos obrigados a comprar sacos de lixo e os mesmos serão plásticos. Garanto. Não sei se vai ajudar muito acabar com as sacolas, se o problema for esse.

A matéria da colega Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil, publicada em 10/03/2012, dá a dimensão do uso de sacolas no Brasil. Ela diz: “No Brasil, estima-se que o uso de sacola plástica seja 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano”. Realmente é um volume muito grande. Se olharmos para os números mundiais, a coisa fica ainda mais assustadora. Ela cita dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que indicam que, no mundo, são distribuídas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano.

Vários países tomaram medidas diferentes para redução do uso de sacolas. A maioria, cobrando alguns centavos por cada sacola plástica usada pelo consumidor, além de campanhas de conscientização. No Brasil, algumas campanhas foram iniciadas para diminuir o uso das sacolas. O Governo Estadual do Rio de Janeiro, através da Secretaria do Ambiente, por exemplo, aprovou uma lei que obriga mercados de grande e médio porte a oferecerem um desconto de R$ 0,03 centavos a cada 5 produtos que o consumidor leve e não use as sacolas plásticas. Note que o mercado continua a oferecer de graça as sacolas, mas dá o desconto a quem não as usar.

Acredito que se os governos realmente quisessem mudar esse quadro poderiam ser muito mais agressivos nas medidas. Pense: se o objetivo é diminuir o uso das sacolas plásticas, então por que essas são de graça e as sacolas retornáveis custam tão caro? Seria muito mais eficiente uma estratégia que cobrasse pelas sacolas de plástico e fornecesse as retornáveis de graça, não é? Afirmo que não seria difícil. Uma ideia simples poderia dar certo. Empresas de grande porte poderiam bancar o custo de fabricação de sacolas retornáveis em troca de propaganda estampadas nas próprias sacolas, que distribuídas gratuitamente, seriam uma propaganda excelente e de grande impacto.

Lembram dos números citados pela colega Priscilla Mazenotti? 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano. O acordo ainda poderia se estender para os mercados que poderiam dividir o custo com as empresas e também estampar suas marcas juntamente com as empresas. Imaginam como essas imagens seriam vistas? Você acha que sairia caro? Sabe quanto custa 30 segundos de propaganda na televisão? Segundo o site mundodasdicas.com.br, em matéria de 02/02/2012, considerando as "emissoras de televisão nacionais de maior audiência, como Globo, SBT, Record e Band, o custo de anunciar um comercial de 30 segundos, vale para abrangência nacional, cerca de R$ 381 mil; abrangência estadual, R$ 148 mil em São Paulo e nos demais Estados costuma ser bem menores do que este valor; e nível municipal, R$ 1.800. a R$ 6 mil". Imaginem quanto gastam empresas de telefonia, de departamento, de bebidas, bancos, etc. Não poderiam dividir essa verba de publicidade com as sacolas? A visibilidade seria imensa. Falta vontade política de verdade ou falta competência mesmo. Aliás, como sempre.

Não sei se acabar com as sacolinhas vai resolver o problema do meio ambiente, mas existem diversas maneiras de acabar com elas. Mas tenho certeza que o plástico, como sacolas ou como sacos de lixo, vão continuar a abrigar nosso lixo residencial. Ou não?

Então tá. Até a próxima.
Comente. Dê sua opinião.

André Maciel

Eu ganho dinheiro na internet. Quer saber como? Acesse:

Nenhum comentário:

Postar um comentário