quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O EXAGERO ESTRAGA QUALQUER COISA. ATÉ AS BOAS


O “politicamente correto” é uma chatice.


No Brasil é assim: as coisas entram na moda e aí todo mundo acredita que não há outra coisa correta. Só presta o que estiver dentro daquele modelo. Na minha adolescência, a moda era falar mal do Brasil. Quando andávamos na rua e alguém via um cocô de cachorro no chão, avisava ao outro: “Cuidado com o Brasil aí.” Só o que era de fora prestava. Já tem um tempo que o politicamente correto entrou de vez para esta lista. O problema está no exagero. Não acho errado ser politicamente correto, se isso não for usado como uma desculpa para ficar em cima do muro, como muitos estão fazendo. É muito mais fácil se colocar numa zona de conforto para não ter que dar sua opinião verdadeira sobre tal assunto e ainda fazer pose de bonzinho, sendo 'politicamente correto'.

Sinceramente acho que há muito exagero no Brasil. E saibam que ninguém é mais patriota do que eu, mas não posso esconder as partes ruins e nem deixar de fazer a minha parte para melhorá-las.

Vou dar alguns exemplos aqui e espero não ser mal interpretado. Vamos começar pelas crianças. Vejamos o tal 'bulling'. Não acho correto, muito menos sou a favor dessa prática. Acho que realmente deve ser observada com cuidado pelas entidades que cuidam, principalmente das crianças, mas vejo muito exagero na questão. Fui criança, um dia, e na minha escola (pública) brincávamos e zoávamos tudo e todos. Faz parte da essência do ser humano. As crianças são crués, por natureza. Vejam os desenhos animados mais vistos, na minha época. Pica-Pau. Pura crueldade. Tom e Jerry. Idem. Papa Léguas. Coitado do Coiote. Popey. O Brutos era mau e sofria muito. Esses eram sucesso, porque está na essência da criança a questão da crueldade. Quiseram proibir a exibição de alguns títulos citados acima. É um exagero tremendo. As crianças devem ser orientadas e não tolidas. Existem vários pontos positivos nas brincadeiras, como a criatividade, por exemplo. Tolir, proibir, censurar, pode inibir uma vocação natural ao humor, à escrita, às artes. Claro que as questões devem ser analisadas por profissionais que vão saber o limite entre a brincadeira e a ofensa. Até onde a criança está sendo maltratada e até que ponto ela deve ser estimulada a se defender. A brincadeira (com limites, é claro) é parte importantíssima do desenvolvimento dela como ser humano.

Outra exagero relativo a crianças é a Lei que proíbe os pais de bater em seus filhos. Tenho um filho de 4 anos. A responsabilidade legal por ele é minha. A responsabilidade de formar um cidadão de bem também. Portanto, declaro que, mesmo com a Lei, se eu achar que ele merece, dou uns tapas mesmo e não quero saber. Criança tem que aprender o que é limite. Fui criado assim e acho que deu certo. Tudo tem limite, inclusive bater em seus filhos. Impor limite com uns tapas é uma coisa, espancar menores indefesos é outra. O espancamento, os maus tratos de menores tem que ser punidos com o mais severo rigor. Mas é uma arbitrariedade do Estado impor uma Lei que me proíba de exercer meu papel de pai. Existem pais que acreditam que não se pode bater nos filhos. E não batem. Conheço casais que não batem em seus filhos, apesar de eu achar que eles às vezes merecem. Mas quem sou eu pra dizer uma coisa dessas. Imagine então que o Estado fizesse uma Lei que impusesse que todos os pais devessem bater em seus filhos. Como se sentiriam os que acreditam que não se deve bater. Novamente, o problema é o exagero.



Vamos a outra questão muito polêmica. O racismo. Óbvio que sou contra qualquer tipo de racismo. Mas também vejo exageros claros. As crianças brasileiras quase foram severamente punidas por causa de um exagero na questão racial. Em 2012 o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) impetrou uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) querendo proibir a obra “As caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, alegando que a obra tem 'conteúdo racista'. Façam-me o favor!!!! Para proibir essa obra desse gênio da literatura infantil, teríamos que proibir todas as obras deste mestre, pois todas têm o conceito do campo da época. Quantas obras teriam que proibir, por esse motivo? Chica da Silva, por exemplo, O Negrinho do Pastoreiro, talvez?





E o que dizer dos programas de televisão de antigamente. Alguns não teriam a menor chance de ir ao ar, hoje em dia. Sérgio Mallandro tinha o programa infantil “A Hora do Capeta”. Será que conseguiria? E os programas humorísticos? Jô Soares faria, hoje, o Viva o Gordo, que depois se chamou Veja o Gordo? Alguns personagens do mestre Chico Anísio, poderiam ser criados, hoje? Painho, por exemplo, pedindo para Cunhã pegar suas 'chinelas' e demostrando extremo nojo da menina, como seria visto por essa sociedade politicamente correta? E Tim Tones? Mas vemos tranquilamente jovens com micro-saias rebolando ao som do funk durante à tarde. Isso pode. O quero dizer é que todo extremismo vicia e limita os pensamentos. Faz você enxergar as coisas por um só ângulo. Não te dá o direito nem de olhar para o diferente. O extremismo é nocivo à sociedade, seja na política, na religião, ou em qualquer área.

A censura, por si só, já é um exagero. Nós, brasileiros, sofremos com ela e espero que não volte, apesar de haver casos recentes de censura. No dia 31 de julho de 2009, desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), proíbiu veículos de publicarem reportagens sobre a Operação Boi Barrica. Uma tentativa de voltar a 'Lei da Mordaça' em veículos de comunicação.

Entenda o caso:




Essa chatice do politicamente correto levada ao extremo influenciou até o futebol. Os jogadores agora quase que obrigatoriamente têm que ter dois nomes, já repararam? Felipe Gabriel; Diego Maurício; Thiago Neves; Márcio Azevedo; e tantos outros. Onde estão aqueles nomes de antigamente que nos faziam rir, às vezes, só de ver a escalação? Manga; Didi; Quarentinha; Garrincha; Dadá Maravilha, Pelé, Zizinho, Zico, Tita... Alguns a gente não sabia nem o nome e outros, conhecidos pelo nome, faziam questão de ter o apelido divulgado. Gerson era o Papagaio; Jairzinho era o Furacão da Copa, etc. Aquele time campeão de tudo do Flamengo dos anos 80, todos tinham apelido: Raul (Velho), Leandro (Peixe Frito), Mozer (Vampiro), Marinho, Junior (Capacete); Andrade (Tromba), Adilio (Neguinho da Cruzada), Zico (Galinho de Quintino); Tita (Coringa) Lico e Nunes (João Danado). Mas hoje, poucos têm apelido. O garoto já chega da base com nomes compostos. Quando chegam ao profissional com apelido, os próprios técnicos 'orientam' a trocar por nomes. Exemplo recente, foi em 2010, o então técnico do Flamengo, Wanderlei Luxemburgo, pedir para a imprensa chamar Negueba, jogador recém-chegado da base, de Guilherme, seu nome de batismo, porque achava que o apelido podia prejudicar sua imagem. Sinceramente, isso é uma chatice, como diz meu colega da Rádio Globo, Felipe Cardoso. Outra coisa imposta no futebol é a política contra o drible. O jogador que dribla muito é acusado de estar 'humilhando' o adversário. Mas o que é isso? Essa é a nossa essência. É o que diferencia o nosso futebol dos demais. Onde está o 'futebol moleque'? Não pode mais. Será que Garrincha, Julio Cesar, Rivelino, e tantos outros fariam tanto sucesso, hoje em dia? Podemos estar tolindo o aparecimento de novos craques e mudando nossa essência, por conta de um tal politicamente correto.



Falemos das propagandas. Os publicitários devem estar de cabelos em pé. O número de propagandas proibidas, censuradas, investigadas, só aumenta. A criatividade sendo tolida por conta de exageros claros. Lembro de uma propaganda das Havaianas em que uma menina almoçava com a avó numa mesa de restaurante e chegava o Cauã Reymond e sentava em outra mesa. O motivo de tanto “alarde” a respeito dessa propaganda, foi por conta de uma parte no diálogo entre a neta e avó que afirma em dado momento: “Mas quem falou em casamento? To falando de sexo.” A propaganda não chegou a ser proibida, porque a agência que criou o anúncio usou da criatividade se antecipando à proibição e colocando outra propaganda no ar chamando para o link no You Tube (abaixo) para as pessoas darem suas opiniões. Sinceramente, nada de mais.








Outra propaganda censurada foi da Skol. Essa nem foi pro ar. (link abaixo) Na hora do casamento o padre pergunta ao noivo: você promete ser fiel? E ele responde: só se ela prometer ficar gostosa pra sempre. A mãe, por exemplo, ficou um bucho. Achei engraçado e não entendi a razão da proibição. É uma propaganda, gente. Não é realidade. Não é notícia. Não é pra ser levado a sério. Não está fazendo propaganda enganosa e nem lesando o consumidor. É humor.





O alvo do momento é a propaganda da Gillette. O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo contra a propaganda da marca, depois de denúncias de preconceito contra homens peludos. A propaganda diz que as mulheres preferem os homens sem pelo. Ora, ninguém vai se sentir obrigado a se depilar porque a Gillette está dizendo isso, pelo amor de Deus.

Obs. A P&G, detentora da marca Gillette, retirou a propaganda do You Tube.

Falando em humor, coitado dos humoristas, jornalistas e formadores de opinião. Estão sendo vítimas de enxurradas de processos, que me fazem lembrar da Ditadura Militar, impondo suas vontades. Só que agora é a própria sociedade que veta, censura, proíbe, em nome de uma 'cultura do correto'. Quero dizer à sociedade que correto é votar direito; é nossa saúde com atendimento para todos; são nossas crianças com ensino de qualidade; são nossas ruas sem buracos, bem sinalizadas e com espaço para pedestres e veículos.



Falando em governo, nem ele próprio sabe o que quer. Se posiciona com a política de transportes públicos. “Usem o transporte público!!” Querendo embarcar na onda de cuidar do meio ambiente, mas não temos um transporte de qualidade. Além disso, o próprio governo isenta os carros do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ao primeiro pedido da indústria automobilística. Ué? É pra incentivar a venda de carros? Ou seja “Compre carro, mas ande de ônibus”.

Os exemplos são muito e tenho certeza de que se você leu até aqui, está lembrando de alguma coisa que o politicamente correto está influenciando.

Então, tá. Não deixe de comentar e me dizer o que você acha que o politicamente correto modificou.

Abç.

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