sexta-feira, 26 de abril de 2013

DEMOCRACIA BRASILEIRA SERIAMENTE AMEAÇADA


Eles (os congressistas) não se cansam. Depois da PEC 37, já explicitada aqui no post VENHA AÍ: MAIS UMA SACANAGEM DOS CANALHAS, que tenta impedir o Ministério Público de investigar, agora eles querem acabar com o Supremos Tribunal Federal. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional, do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que possibilita ao Congresso rever decisões do STF. É uma clara tentativa de se livrar das decisões que o Supremo toma contra a canalhice deles. Estão tentando golpear mortalmente a Democracia, com Leis completamente anticonstitucionais.

O STF é o guardião da Democracia. Cabe ao Supremo zelar para que se cumpra a Constituição. As decisões desse Tribunal são Supremas. São a última instância, o último recurso, exatamente para que tenham a última palavra e assim possam zelar pelas questões que ferem a Constituição brasileira. Como pode caber a qualquer instância rever, revisar ou alterar uma decisão de um Tribunal que é Supremo. Como disse o ministro do STF, Gilmar Mendes, seria melhor fechar o Supremo.




Na verdade eles querem tudo. Querem ter todo o poder. Querem vetar decretos da Presidência, sendo então o executivo; querem questionar decisões de empresas, sendo então economistas e empresários, querem questionar decisões do judiciário e agora querem ser o próprio judiciário.

Na democracia brasileira, os poderes são independentes, autônomos. O Congresso está minando a Democracia que os próprio deputados, um dia, criaram com a Assembleia Constituinte comandada por Ulisses Guimarães.

Existe um conjunto de ações do Congresso que estão destruindo a Democracia.

  • A PEC 37 quer retirar do Ministério Público o direito de investigar. O que eles querem com isso? Se proteger e resguardar a corja de canalhas que agem no interesse deles em negócios escusos, falcatruas, negociatas e roubalheiras, as quais o MP vive denunciando. Órgãos, empresas, funcionários públicos, departamentos e o próprio Congresso estariam livre desses 'incheridos olhos da sociedade' que é o MP cumprindo sua missão constitucional.
  • Discussões para restringir a Lei de imprensa. O Congresso volta e meia retorna às discussões para limitar, coibir e até proibir publicações. A imprensa é livre, segundo a Constituição e isso é base da Democracia. Uma imprensa livre, garante o acesso à informação. O cidadão tem o direito de ser informado. Essa é mais uma tentativa dos deputados para se blindar. Impedir a imprensa de denunciar suas falcatruas. 
  • Proposta do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que submete ao Congresso decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre inconstitucionalidade de emendas à Carta Magna e súmulas vinculantes. Na prática, os parlamentares passam a ter o direito de derrubar decisões do Judiciário sobre o tema.

O Supremo deixa de ser Supremo. A imprensa deixa de ser livre. O MP deixa de investigar. O executivo já deixou de governar faz tempo, já que os 3 últimos presidentes (FHC, Lula e Dilma) declaram em suas gestões que não se governa o Brasil sem ter a maioria no Congresso. Falta o povo deixar de votar para que se estabeleça a Ditadura do Legislativo. Já tem muita gente achando que a solução é fechar o Congresso. Mas isso não seria também um golpe contra a Democracia? O Congresso também é parte integrante dela. Esse remédio mataria o paciente, no caso a Democracia.

Todas esses erros nos remetem ao mais elementar pilar da Democracia. O voto. O erro, se houver um, está nele e não nos deputados. Temos que parar de nos colocar em uma área de conforto, acusando e condenando os congressistas e achando que a culpa é só deles. Não. Os maiores culpados somos nós, pois quem os colocou lá? Eles só estão lá fazendo esses absurdos porque nós demos o poder a eles. Na Democracia, o pode pertence ao povo, pois todos, do Legislativo e do Executivo, só estão em suas cadeiras porque nós os pusemos lá. Portanto, somente quando aprendermos isso poderemos esperar uma melhora. E como votar? Em quem votar? Essas respostas também não tenho. Mas poderíamos tentar uma coisa: voltar em quem nunca esteve lá. Quem sabe com uma renovação maciça, pelo menos, as ideias mudem.

As pessoas perguntam: como pode Renan Calheiros ser presidente do Senado? A pergunta deveria ser: como pode Renan Calheiros ter sido eleito senador?

Novamente a solução é: votar direito.

Então tá, até a próxima, se o Congresso não proibir os blogs, né?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

VEM AÍ: MAIS UMA SACANAGEM DOS CANALHAS


Os congressistas brasileiros se preparam para dar um golpe que pode ser fatal contra a democracia. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que vai desarmar a sociedade. É a PEC 37/2011, de autoria do esperto deputado Lourival Mendes (PtdoB-MA). A Proposta visa retirar os poderes de investigação do Ministério Público. A PEC 37, acrescenta um parágrafo ao artigo 144 da Constituição Federal, para estabelecer que a apuração das infrações penais será competência privativa das polícias federal e civil.
Nada contra as polícias, mas talvez a principal função do Ministério Público seja a investigação. O Ministério Público é uma das poucas instituições que ainda merecem respeito no Brasil. E querem acabar com ele para se beneficiar da impunidade. Para roubar, matar, lesar a vontade. Sem que ninguém os atrapalhe. Se o Supremo Tribunal Federal é o 'guardião da Constituição', o MP são os olhos da sociedade. Retirar o poder de investigação do MP é como cortar os braços de um motorista ou de um desenhista. A sociedade com certeza perderá e quem vai ganhar? Segundo o grande Arnaldo Jabor, os canalhas. Esses estão vibrando com a PEC 37. Ouça Arnaldo Jabor, na CBN. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, já criticou publicamente a PEC 37, como vemos na matéria do Jornal da Mídia.


Mesmo se não existissem casos reais de sucesso de investigação do MP, – e são muitos – ainda sim não deveriam acabar com ele. É uma lógica simples: quanto mais instituições investigando, mais chance se tem de descobrir a verdade. Não é simples? Por isso mesmo é que querem acabar com ele. Para que os ladrões do povo, os canalhas atentos e espertos, os usurpadores da pátria vivam livremente gastando o nosso dinheiro. Impunes, pois não haverá quem os investigue. Sim, por que sem o Ministério Público quem investigará os órgãos públicos? Os ministérios? Os governos? Quem? As polícias, como querem os deputados!!? Com todo respeito a essas instituições, não acredito. Não acredito que tenham contingente, força, nem isenção. O MP foi criado para ser isento. Independente de governos, governantes, partidos e verbas. Foi criado para não ter rabo preso com ninguém. E como as investigações do MP incomodam muito a eles, resolveram cortar o mau pela raiz.


Vamos fazer uma pequena lista – pequena mesmo – das áreas de atuação do MP. Crimes descobertos, investigados, revelados pelo Ministério Público ou que tenha tido alguma influência no desenrolar das investigações.

  • Caso do Mensalão e desdobramentos
  • Caso Celso Daniel
  • Abate de carne clandestina
  • Fraudes em concursos públicos
  • Corrupção
  • Crimes contra a economia
  • Combate à pirataria
  • Vazamentos e acidente de petrolíferas, Petrobras, inclusive
  • Empreiteiras
  • Madeireiras
  • Empresas Públicas
  • Sonegação fiscal
  • Violação de direito humanos


Vemos nesta pequena lista, que muita gente graúda está sendo 'prejudicada' pelo MP. Nessas áreas atuam muitos poderosos que estão vendo seus 'negócios' fraudulentos ruírem. Outros estão preocupados, pois o Ministério Público ainda não os está investigando. Pensem: cortando o poder de investigação, estarão livres para fazer suas maracutaias. Não posso entender de outra forma uma ideia tão absurda.



Alguns casos recentes:



Temos que abrir o olho e a boca. Fazer o que disse o sábio Arnaldo jabor em sua coluna citada acima. Gritar que estamos vendo e que não queremos isso, pois daqui a pouco vão proibir os Procuradores de denunciá-los, vão proibir os ministros do Supremos de julgá-los, vão proibir o povo de votar.

Eu estou fazendo a minha parte. E você?




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sexta-feira, 22 de março de 2013

ROYALTIES: A POLÍTICA DO OLHO GRANDE


Gosto de analisar as coisas pelo princípio; pelo que significam em sua essência. A partir daí, podemos traçar paralelos e cenários, mas sem perder a base, a essência, o porque as coisas foram feitas.

No caso dos royalties, não é diferente. Vamos analisar o significado da palavra royalty na Constituição Brasileira. O Artigo 20 da Constituição, em seu parágrafo primeiro, define assim:

§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.


A definição de royalties está nas últimas palavras do parágrafo. “Compensação financeira por essa exploração”, já que royalties não são “participação no resultado da exploração”.

Outro bom exemplo da definição de royalties pela legislação brasileira está no Caput da LEI Nº 7.990, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1989.

"Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva..."


Agora que já sabemos que a legislação brasileira entende royalties como compensação financeira a Estado e Municípios produtores, podemos analisar melhor o porquê da polêmica da redistribuição dos royalties de petróleo que está em curso.

O dinheiro dos royalties existe para compensar as regiões em que o petróleo e o gás são explorados pelos danos causados por essa exploração. Danos ambientais, visuais, de acessibilidade (as áreas onde há exploração não podem ser povoadas nem pode haver trânsito). No mar, por exemplo, não se pode pescar nem navegar em um determinado raio da plataforma. Existe também para que o Estado ou município tenha algum recurso para se defender em caso de desastre ambiental.

Está claro na legislação que os royalties são compensação para áreas produtoras. E quais são os Estado produtores que mais se beneficiam desses recursos? Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. As maiores bacias petrolíferas do país estão concentradas no fundo do mar em frente a esses 3 Estados. A maioria das plataformas que estão em operação explorando o petróleo brasileiro, estão distribuídas nessa área. Portanto, hoje, os maiores beneficiados com os royalties são esses 3 estados. Já foram descobertas outras bacias, também no mar, em frente a outros Estados. O problema é a profundidade onde se encontra o óleo.

 

Segundo a ANP, Agência Nacional do Petróleo, a produção de petróleo no Brasil atingiu 2 milhões e 54 mil barris por dia (bbl/d), em janeiro de 2013.

Mais de 90% da produção de petróleo no Brasil é feita no mar. O país é referência mundial em exploração em águas profundas. A Petrobras é consultada por empresas em todo o mundo em busca de tecnologia para esse tipo de exploração.

Há várias camadas diferente no fundo do mar. As bacias exploradas em larga escala, hoje no Brasil, são entre 1000 e 2000 metros de profundidade, na camada pós-sal, ou seja, acima da camada de sal. Foram descobertas, há mais ou menos 4 anos, bacias de petróleo abaixo da camada de sal, (pré-sal) no litoral entre Santa Catarina e o Espírito Santo, entre 6000 e 8000 metros de profundidade. Não há uma estimativa concreta do potencial do pré-sal. Os mais pessimistas falam em algo entre 30 bilhões e 50 bilhões de barris, o que elevaria em cerca de quatro vezes as reservas do País. Mas há quem diga que esse valor pode ser seis vezes maior.





Dos mais de 2 milhões de barris diários produzido pelo Brasil em janeiro de 2013, cerca de 264 mil foram de 17 poços explorando nessas bacias da camada pré-sal. (fonte ANP). A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse, essa semana, que a produção de petróleo no pré-sal deve superar a marca de 1 milhão de barris por dia nos poços operados pela Petrobras, em 2017. Ela disse ainda que a expectativa da estatal é chegar a 2,75 milhões de barris de petróleo por dia em 2017 e atingir 4,2 milhões de barris em 2020, somados os poços do pós e pré-sal. Essas expectativas dizem respeito apenas aos números da Petrobras. Também existem empresas privadas explorando petróleo no Brasil, com números bem mais modestos, mas somam-se a esse número da estatal. Em janeiro de 2013 essas empresas foram responsáveis pela produção de 149 mil barris por dia. Cerca de 1,5% da produção nacional. Segundo o ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Newton Monteiro, o pré-sal poderá render mais de R$ 47 bilhões em arrecadação de royalties, participação especial e impostos, nos próximos 50 anos.


Agora que você já tem números e informações do setor, vamos à polêmica. Os Estados não produtores estão de olho nesses números. Eles perceberam o potencial do pré-sal e rapidamente imaginaram o cenário de arrecadação para os Estados produtores e cobiçam parte da futura receita. Se fosse só isso, até não seria uma coisa tão descabida, mas eles não querem só as receitas futuras: resolveram querer tudo.

A proposta muda totalmente a essência do que é royalty. Segundo a proposta, todos os Estados da federação entrariam no rateio dos royalties a partir de já. Proposta mais razoável seria que os poços que passassem a produzir a partir de agora, tivessem seus royalties divididos por todos os Estados. Respeitando as receitas que os Estado produtores já recebem hoje. Isso não deve ser alterado, sob o risco de colapso nas contas dos Estados, principalmente Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Matéria da colega Lilian Sobral da revista Exame, desta semana, revela que é difícil cravar com certeza quanto cada estado ou município arrecadaria neste ano com as regras antigas para distribuição de royalties do petróleo, porém, com base nas projeções da ANP para produção e uma estimativa média de câmbio e do preço do petróleo no mercado internacional, é possível estimar quanto cada estado e município perderia ou ganharia. A matéria continua: Segundo cálculos do governo do Rio de Janeiro, a arrecadação com royalties do petróleo neste ano deve ser de cerca de 12,707 bilhões de reais (estado e municípios somados) se considerada a regra sem alterações. Se as mudanças forem aprovadas sem veto, essa cifra poderia passar para 8,596 bilhões de reais, uma diferença de 4,1 bilhões de reais já em 2013. Segundo os cálculos do CNM (Confederação Nacional do Municípios), a arrecadação do Rio de Janeiro (estado + municípios) passaria de 11,336 bilhões de reais em 2011, para 9,404 bilhões em 2013, uma diferença de 1,93 bilhão de reais.


Vale o esclarecimento de que a CNM é a favor das novas regras para divisão dos royalties.

A proposta de redistribuição dos royalties já foi aprovada no Congresso Nacional e foi promulgada pela Presidente Dilma. E foi fácil aprovar esse absurdo, já que foi uma batalha desigual, pois Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo enfrentaram todos os outros 24 Estados da federação na batalha dos votos. Claro que todos os outros Estados querem aumentar suas receitas. Mas a guerra ainda não acabou. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, concedeu medida cautelar (provisória) nesta segunda-feira (18) para suspender a nova redistribuição dos royalties do petróleo, conforme lei promulgada na semana passada pela presidente. A decisão foi tomada a partir de ação protocolada pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Foram protocoladas ainda ações do Espírito Santo, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e de São Paulo. Essa briga ainda terá muitos capítulos. A definição ainda está longe de acontecer. Mas agora está nas mãos dos ministros do STF, os guardiões da Constituição.


Não é só porque sou carioca que defendo a atual distribuição do royalties. Defendo principalmente pela essência do que significa. Se é uma compensação para Estados e municípios produtores, então quem não produz não tem que receber. É lógico. Concordo que se as previsões sobre o pré-sal se confirmarem, o volume de dinheiro dos royalties será exorbitante. Poderia se discutir uma redistribuição desta nova fonte de recita. Mas mudar desde já, além de causar prejuízo aos Estados a ponto de comprometer suas finanças, trará uma insegurança ao próprio setor petrolífero e, por consequência, a todos os investimentos estrangeiros no Brasil. Uma alteração de regras desse porte afeta negativamente a credibilidade dos negócios dentro do País. 

Outra coisa a ser analisada é que vimos na legislação, citada acima, é que há garantia de royalties para "exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais". Ou seja, outros Estados recebem royalties por outras atividades. Será que esses Estados que hoje querem a redistribuição dos royalties do petróleo estariam interessados em dividir seus royalties recebidos pela produção de energia, minério de ferro, etc? Será que Minas Gerais e Mato Grosso do Sul estaria dispostos a dividir seus royalties resultantes da exploração de minério de ferro, já que são os maiores produtores do País? Seria justo dividir para todos os Estados da federação os royalties que alguns Estados recebem pela produção de energia elétrica? 

Há cariocas dizendo que esperam que o Rio perca as receitas, já que o dinheiro é mal empregado, pois a educação, saúde, e outras áreas vão de mal a pior. Lembro que a administração passa. Governantes vêm e vão. E o principal: nós os escolhemos. Mas se perdermos as receitas, mesmo um governante competente sendo eleito, terá mais dificuldades para fazer uma boa administração. Se não estamos satisfeitos com o governo, votemos diferente nas próximas eleições, mas torcer pela desgraça não faz meu estilo. Não consigo torcer contra o meu time. Se não gosto do jogador ou do técnico, protesto contra eles, mas torço pro meu time ganhar sempre, independente de quem esteja defendo as cores deles, hoje. Nunca vou torcer contra meu estado, minha cidade em nenhuma questão.

Então, tá.

Até a próxima. 

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quinta-feira, 7 de março de 2013

CASO BRUNO


Bruno, o ex-goleiro, será condenado? Na minha opinião ele foi condenado desde o desaparecimento de Eliza Samúdio.

A Constituição brasileira diz que todo cidadão tem direito a “ampla defesa” e ao “contraditório”. Isto, é, tem o direito de usar todo e qualquer artifício em sua defesa. Não acho que Bruno tenha usado bem esse direito. A defesa, na minha opinião, começou errada, desde início. Primeiro grande erro: os réus (Bruno, Macarrão e Bola) tinham o mesmo advogado, Ércio Quaresma. Ora, era óbvio que os interesses eram divergentes ou em algum momento se tornariam. Para piorar, Ércio Quaresma foi flagrado fumando craque e admitiu o vício na droga, como vemos abaixo. Bruno e Macarrão trocaram de advogado. Quaresma passou a defender somente Bola. Segunda falha: o adolescente, primo de Bruno e principal testemunha do caso, deveria ser desqualificada. A própria mãe admitiu que o menor era viciado em drogas e já havia até realizados pequenos delitos para sustentar o vício.





Não quero defender Bruno, Macarrão ou qualquer outra pessoa. Meu objetivo é analisar o caso e as diferenças da Justiça. Já dizia o samba-enredo da Vila Isabel, de 1989, “A Justiça é cega, mas enxerga quando quer. Já está na hora de assumir”. Já passou da hora.
Reafirmo, independente do resultado do julgamento, que Bruno já foi condenado, muito antes de ser julgado. Isso é inadmissível.

Analisemos: Por que os réus foram mantidos presos até o julgamento se tinham endereço fixo, emprego, não atrapalhariam as investigações e não representariam perigo à sociedade? Por que a defesa não teve acesso aos autos? Por que foram acusados, desde o início, de assassinato se o corpo nunca fora encontrado? Havia materialidade desde o início? Não, pois não havia corpo. A materialidade só pode ser avaliada tempos depois, com depoimentos, testemunhos e investigação. Então por que ficaram presos desde o início? Respondo: porque era o Bruno, goleiro do Flamengo. Personagem conhecido da mídia. A Justiça enxerga sim. Se fosse uma pessoa comum, muito provavelmente, esperaria o julgamento em liberdade. Talvez até fosse preso durante a investigação, mas não desde o início.

Eles ficaram presos para que a Justiça não fosse exposta a um escracho público. Para que a sociedade não se voltasse contra a instituição. Para preservar a imagem da Justiça perante a sociedade. Isso é justo? Uma pessoa pública tem que ser julgada diferentemente de uma pessoa comum? Então há distinção entre cidadãos? Acho que todos têm que ser julgados igualmente para que se exponha a realidade dos processos. Caso os réus conseguissem responder em liberdade como acredito que qualquer cidadão conseguiria, esse fato viria a tona e a sociedade poderia discutir o sistema. Se alguma coisa está errada é o sistema. Esse deve ser debatido. O que aconteceu foi que a Justiça encobriu o que ocorre normalmente, mandando os réus pra cadeia, desde o início. Com isso, a sociedade teve a sensação errada de que está tudo certo com a Justiça brasileira. “Temos Justiça”. Ora, não se iludam. O sistema é falho e erra muito.

Conheço casos de gente que ficou presa quando deveria estar solta e de gente solta que deveria estar presa. Uma mulher ficou presa 3 meses por roubar uma margarina em um mercado. Em outro caso, um detento ficou preso quase 3 anos depois da data que deveria estar solto. Porque não tinha dinheiro para pagar um advogado e porque a defensoria pública não agiu para libertar o homem. E quantos estão hoje na cadeia, mas já deveriam estar nas ruas? Quantos estão na rua e deveriam estar presos? Quantos mandados de prisão expedidos existem para serem cumpridos, mas os condenados estão por aí?

Quero chamar a atenção para a bagunça, o descaso. Nós também somos culpados por isso. Por não cobrar e por termos a memória curta. Querem ver? Vou citar alguns nomes aqui. Vocês vão se lembrar da maioria deles, mas não devem se lembrar o que eles fizeram e muito menos o que acontece com eles hoje. Vamos lá:

Alexandre Nardone; Luiz Estevão, Paula Thomaz, Nicolau dos Santos Neto, Georgete dos Santos, Marcos Valério, Hildebrando Pascoal, Sérgio Naya, Guilherme de Pádoa, e tantos outros. Vocês certamente se lembraram de vários outros nomes que foram destaque por escândalos e crimes, mas não sabem o que aconteceu. Qual foi o fim. Se não está na mídia, ninguém fala, então cai no esquecimento. É o quarto poder. A mídia pode não conduzir sua opinião sobre um fato, mas com certeza determina quais fatos serão analisados. Não comanda como você pensa, mas impõe sobre o que você vai pensar. E a culpa é nossa que deixamos acontecer isso por preguiça, por falta de tempo, por inércia.

Voltemos ao caso. O caso Bruno foi conduzido para servir de exemplo. Assim como faziam na antiguidade executando ladrões em praça pública para que o povo temesse a “justiça real”.
Vejam bem, ele já confessou, no julgamento, que sabia que Eliza havia sido morta, segundo ele, a mando de Macarrão. Ele tem relativa culpa. Ele deve ser punido por esse crime bárbaro. O que discuto é se deve ser diferente de qualquer cidadão comum. Sendo assim, a Justiça vai vedar as mazelas da instituição e por clamor do próprio povo. A própria sociedade está pedindo para ser enganada.

As sociedades têm necessidade de ser enganadas. Vejamos a Venezuela. Chavez passou a vida pregando contra o 'imperialismo americano'. Contra o capitalismo. Pois bem, 40% do petróleo venezuelano é vendido para os Estados Unidos, além de serem o país que mais vende produtos para a Venezuela. Então, a economia da Venezuela depende dos Estados Unidos. Eles criticam o que lhes dá comida. Hipocrisia, populismo barato e o povo compra como discurso revolucionário.

A nossa sociedade, mesmo sabendo que não é o tratamento normal, se sente satisfeita porque “pelo menos nesse caso foi feita justiça”. Desculpem, mas pra mim é muito pouco, além de não ser justo. A Justiça de verdade é igualitária. Não faz distinção. Se admitirmos que haja diferença nos julgamentos por esse motivo, teremos que aceitar outras distinções. Se é famoso tem julgamento diferente? Pode ser que alguém ache que um rico tenha que ter um tratamento diferenciado. Ou um político, Ou um homossexual Ou um negro. Ou um religioso, etc. Então achamos certo um famoso ser julgado diferente, mas um político não pode? Por que? Um milionário não pode? Por que? A Justiça deve ser uma só. Para TODOS. Se não estiver bom, então discutiremos o sistema, as leis.

Aproveitemos para pensar sobre as coisas e tentar enxergar além do que a notícia nos trás. A notícia é fria. É o fato. Temos que ter uma visão maior, discutir e não esquecer do que passou. Um povo sem memória é uma sociedade entregue aos que as fazem esquecer.

Então, tá. Até a próxima.

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O EXAGERO ESTRAGA QUALQUER COISA. ATÉ AS BOAS


O “politicamente correto” é uma chatice.


No Brasil é assim: as coisas entram na moda e aí todo mundo acredita que não há outra coisa correta. Só presta o que estiver dentro daquele modelo. Na minha adolescência, a moda era falar mal do Brasil. Quando andávamos na rua e alguém via um cocô de cachorro no chão, avisava ao outro: “Cuidado com o Brasil aí.” Só o que era de fora prestava. Já tem um tempo que o politicamente correto entrou de vez para esta lista. O problema está no exagero. Não acho errado ser politicamente correto, se isso não for usado como uma desculpa para ficar em cima do muro, como muitos estão fazendo. É muito mais fácil se colocar numa zona de conforto para não ter que dar sua opinião verdadeira sobre tal assunto e ainda fazer pose de bonzinho, sendo 'politicamente correto'.

Sinceramente acho que há muito exagero no Brasil. E saibam que ninguém é mais patriota do que eu, mas não posso esconder as partes ruins e nem deixar de fazer a minha parte para melhorá-las.

Vou dar alguns exemplos aqui e espero não ser mal interpretado. Vamos começar pelas crianças. Vejamos o tal 'bulling'. Não acho correto, muito menos sou a favor dessa prática. Acho que realmente deve ser observada com cuidado pelas entidades que cuidam, principalmente das crianças, mas vejo muito exagero na questão. Fui criança, um dia, e na minha escola (pública) brincávamos e zoávamos tudo e todos. Faz parte da essência do ser humano. As crianças são crués, por natureza. Vejam os desenhos animados mais vistos, na minha época. Pica-Pau. Pura crueldade. Tom e Jerry. Idem. Papa Léguas. Coitado do Coiote. Popey. O Brutos era mau e sofria muito. Esses eram sucesso, porque está na essência da criança a questão da crueldade. Quiseram proibir a exibição de alguns títulos citados acima. É um exagero tremendo. As crianças devem ser orientadas e não tolidas. Existem vários pontos positivos nas brincadeiras, como a criatividade, por exemplo. Tolir, proibir, censurar, pode inibir uma vocação natural ao humor, à escrita, às artes. Claro que as questões devem ser analisadas por profissionais que vão saber o limite entre a brincadeira e a ofensa. Até onde a criança está sendo maltratada e até que ponto ela deve ser estimulada a se defender. A brincadeira (com limites, é claro) é parte importantíssima do desenvolvimento dela como ser humano.

Outra exagero relativo a crianças é a Lei que proíbe os pais de bater em seus filhos. Tenho um filho de 4 anos. A responsabilidade legal por ele é minha. A responsabilidade de formar um cidadão de bem também. Portanto, declaro que, mesmo com a Lei, se eu achar que ele merece, dou uns tapas mesmo e não quero saber. Criança tem que aprender o que é limite. Fui criado assim e acho que deu certo. Tudo tem limite, inclusive bater em seus filhos. Impor limite com uns tapas é uma coisa, espancar menores indefesos é outra. O espancamento, os maus tratos de menores tem que ser punidos com o mais severo rigor. Mas é uma arbitrariedade do Estado impor uma Lei que me proíba de exercer meu papel de pai. Existem pais que acreditam que não se pode bater nos filhos. E não batem. Conheço casais que não batem em seus filhos, apesar de eu achar que eles às vezes merecem. Mas quem sou eu pra dizer uma coisa dessas. Imagine então que o Estado fizesse uma Lei que impusesse que todos os pais devessem bater em seus filhos. Como se sentiriam os que acreditam que não se deve bater. Novamente, o problema é o exagero.



Vamos a outra questão muito polêmica. O racismo. Óbvio que sou contra qualquer tipo de racismo. Mas também vejo exageros claros. As crianças brasileiras quase foram severamente punidas por causa de um exagero na questão racial. Em 2012 o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) impetrou uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) querendo proibir a obra “As caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, alegando que a obra tem 'conteúdo racista'. Façam-me o favor!!!! Para proibir essa obra desse gênio da literatura infantil, teríamos que proibir todas as obras deste mestre, pois todas têm o conceito do campo da época. Quantas obras teriam que proibir, por esse motivo? Chica da Silva, por exemplo, O Negrinho do Pastoreiro, talvez?





E o que dizer dos programas de televisão de antigamente. Alguns não teriam a menor chance de ir ao ar, hoje em dia. Sérgio Mallandro tinha o programa infantil “A Hora do Capeta”. Será que conseguiria? E os programas humorísticos? Jô Soares faria, hoje, o Viva o Gordo, que depois se chamou Veja o Gordo? Alguns personagens do mestre Chico Anísio, poderiam ser criados, hoje? Painho, por exemplo, pedindo para Cunhã pegar suas 'chinelas' e demostrando extremo nojo da menina, como seria visto por essa sociedade politicamente correta? E Tim Tones? Mas vemos tranquilamente jovens com micro-saias rebolando ao som do funk durante à tarde. Isso pode. O quero dizer é que todo extremismo vicia e limita os pensamentos. Faz você enxergar as coisas por um só ângulo. Não te dá o direito nem de olhar para o diferente. O extremismo é nocivo à sociedade, seja na política, na religião, ou em qualquer área.

A censura, por si só, já é um exagero. Nós, brasileiros, sofremos com ela e espero que não volte, apesar de haver casos recentes de censura. No dia 31 de julho de 2009, desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), proíbiu veículos de publicarem reportagens sobre a Operação Boi Barrica. Uma tentativa de voltar a 'Lei da Mordaça' em veículos de comunicação.

Entenda o caso:




Essa chatice do politicamente correto levada ao extremo influenciou até o futebol. Os jogadores agora quase que obrigatoriamente têm que ter dois nomes, já repararam? Felipe Gabriel; Diego Maurício; Thiago Neves; Márcio Azevedo; e tantos outros. Onde estão aqueles nomes de antigamente que nos faziam rir, às vezes, só de ver a escalação? Manga; Didi; Quarentinha; Garrincha; Dadá Maravilha, Pelé, Zizinho, Zico, Tita... Alguns a gente não sabia nem o nome e outros, conhecidos pelo nome, faziam questão de ter o apelido divulgado. Gerson era o Papagaio; Jairzinho era o Furacão da Copa, etc. Aquele time campeão de tudo do Flamengo dos anos 80, todos tinham apelido: Raul (Velho), Leandro (Peixe Frito), Mozer (Vampiro), Marinho, Junior (Capacete); Andrade (Tromba), Adilio (Neguinho da Cruzada), Zico (Galinho de Quintino); Tita (Coringa) Lico e Nunes (João Danado). Mas hoje, poucos têm apelido. O garoto já chega da base com nomes compostos. Quando chegam ao profissional com apelido, os próprios técnicos 'orientam' a trocar por nomes. Exemplo recente, foi em 2010, o então técnico do Flamengo, Wanderlei Luxemburgo, pedir para a imprensa chamar Negueba, jogador recém-chegado da base, de Guilherme, seu nome de batismo, porque achava que o apelido podia prejudicar sua imagem. Sinceramente, isso é uma chatice, como diz meu colega da Rádio Globo, Felipe Cardoso. Outra coisa imposta no futebol é a política contra o drible. O jogador que dribla muito é acusado de estar 'humilhando' o adversário. Mas o que é isso? Essa é a nossa essência. É o que diferencia o nosso futebol dos demais. Onde está o 'futebol moleque'? Não pode mais. Será que Garrincha, Julio Cesar, Rivelino, e tantos outros fariam tanto sucesso, hoje em dia? Podemos estar tolindo o aparecimento de novos craques e mudando nossa essência, por conta de um tal politicamente correto.



Falemos das propagandas. Os publicitários devem estar de cabelos em pé. O número de propagandas proibidas, censuradas, investigadas, só aumenta. A criatividade sendo tolida por conta de exageros claros. Lembro de uma propaganda das Havaianas em que uma menina almoçava com a avó numa mesa de restaurante e chegava o Cauã Reymond e sentava em outra mesa. O motivo de tanto “alarde” a respeito dessa propaganda, foi por conta de uma parte no diálogo entre a neta e avó que afirma em dado momento: “Mas quem falou em casamento? To falando de sexo.” A propaganda não chegou a ser proibida, porque a agência que criou o anúncio usou da criatividade se antecipando à proibição e colocando outra propaganda no ar chamando para o link no You Tube (abaixo) para as pessoas darem suas opiniões. Sinceramente, nada de mais.








Outra propaganda censurada foi da Skol. Essa nem foi pro ar. (link abaixo) Na hora do casamento o padre pergunta ao noivo: você promete ser fiel? E ele responde: só se ela prometer ficar gostosa pra sempre. A mãe, por exemplo, ficou um bucho. Achei engraçado e não entendi a razão da proibição. É uma propaganda, gente. Não é realidade. Não é notícia. Não é pra ser levado a sério. Não está fazendo propaganda enganosa e nem lesando o consumidor. É humor.





O alvo do momento é a propaganda da Gillette. O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo contra a propaganda da marca, depois de denúncias de preconceito contra homens peludos. A propaganda diz que as mulheres preferem os homens sem pelo. Ora, ninguém vai se sentir obrigado a se depilar porque a Gillette está dizendo isso, pelo amor de Deus.

Obs. A P&G, detentora da marca Gillette, retirou a propaganda do You Tube.

Falando em humor, coitado dos humoristas, jornalistas e formadores de opinião. Estão sendo vítimas de enxurradas de processos, que me fazem lembrar da Ditadura Militar, impondo suas vontades. Só que agora é a própria sociedade que veta, censura, proíbe, em nome de uma 'cultura do correto'. Quero dizer à sociedade que correto é votar direito; é nossa saúde com atendimento para todos; são nossas crianças com ensino de qualidade; são nossas ruas sem buracos, bem sinalizadas e com espaço para pedestres e veículos.



Falando em governo, nem ele próprio sabe o que quer. Se posiciona com a política de transportes públicos. “Usem o transporte público!!” Querendo embarcar na onda de cuidar do meio ambiente, mas não temos um transporte de qualidade. Além disso, o próprio governo isenta os carros do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ao primeiro pedido da indústria automobilística. Ué? É pra incentivar a venda de carros? Ou seja “Compre carro, mas ande de ônibus”.

Os exemplos são muito e tenho certeza de que se você leu até aqui, está lembrando de alguma coisa que o politicamente correto está influenciando.

Então, tá. Não deixe de comentar e me dizer o que você acha que o politicamente correto modificou.

Abç.

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SOMOS TODOS PALHAÇOS GOLOBAIS NO CARNAVAL



Será que alguém gostou da transmissão do “Carnaval da Globo”? Será que alguém da Globo está preocupado com isso? Sinceramente, não acredito. Se para eles o carnaval serve pra mostrar Pantene, Tim, Renaut, Bradesco, marmita da tia Zizinha que estava na arquibancada, então foi ótimo. O que eles menos mostraram era o mais importante. As escolas.

Há anos venho dizendo que o formato de transmissão deles é péssimo. Sem falar na questão da exclusividade nas transmissões, que já tratei aqui no blog no post “EXCLUSIVIDADE NOCIVA”. Por causa dessa exclusividade, ninguém vai ver o desfile das campeãs este ano, pois a Globo não vai passar e não cedeu os direitos de transmissão para nenhuma outra emissora. Eles tentaram até melar a transmissão da Champions League, mas a UEFA (União das Federações Europeias de Futebol) não deixou. A Globo não iria passar um jogo, mas a UEFA obrigou a emissora a transmitir ou ceder os direitos de transmissão. Lá a coisa é séria. Deveria ser assim em todos os eventos. Comprou os direitos, tem que passar ou ceder. Só assim, nós, consumidores, não sairíamos perdendo.

E eles não são horríveis só no carnaval. A cobertura do futebol e outros esportes também é péssima. O tal “Padrão Globo de qualidade”, nesses quesitos, não tem qualidade nenhuma. Eles têm transmissão em HD, “Ultra”, “Alta”, “Super” câmera lenta, “4.356” câmeras e conseguem não mostrar o que realmente interessa. Eles estabelecem um formato e vão com ele até o fim. O problema é que o formato é falho, ruim. Então são péssimos sempre, pois não mudam. Eles conseguiram estragar o UFC. Além de termos que aturar “o mala”, “o ultrapassado”, “o lunático” do Galvão Bueno, ainda cortam as entrevistas e até mentir sobre ser ao vivo já fizeram, lembram? Mas vamos falar de carnaval.

Vamos começar do início.

Desfile de domingo




Quase não vimos nada da Inocentes de Belford Roxo, coitada da escola. A Globo gastou mais tempo apresentando as “dezenas” de repórteres espalhados pela Sapucaí e periferia da avenida, camarotes de “sei lá o quê”, comentaristas que nada têm a ver com carnaval, do que a pobrezinha da escola. Agora vocês entendem porque a escola que sobe do grupo de acesso abre o desfile? É porque a Globo exige que seja assim, pois se fosse uma Beija-Flor ou uma Mangueira, eles não poderiam renegar a transmissão, como fazem com a pequena escola do grupo de acesso.

Partimos para as grandes:

A segunda escola foi o Salgueiro. Agora sim! Uma escola grande. Agora vamos assistir ao desfile todo! Só que não. Vamos ver só um pouquinho. Voltou do comercial (propagandas dos mesmos anunciantes que vimos exaustivamente durante o desfile. No “reloginho da Globo” no telão dentro do recuo da bateria, na arte gráfica nas arquibancadas e onde mais eles pudessem enfiar) e a escola já está tocando o samba deste ano. Ou seja, não vemos mais o “esquenta da bateria”. Aquele momento no qual os intérpretes (ex puxadores) cantam um samba antigo da escola e evocam os sentimentos dos componentes para mais um desfile. E o que eles mostram?

Take 1 – Ainda na curva da Presidente Vargas uma atris global qualquer, de fantasia, no chão, esperando o carro em que ela irá desfilar passar por ali para que ela entre nele. OK. E qual a pergunta “muito relevante” nesse momento em que a escola já entrou na avenida? “Qual é a emoção de desfilar pela escola tal?” Ora, faça-me o favor!!!! O que acha que a pessoas pode responder? “Ah, eu preferia estar em casa, mas vim dar uma pinta aqui”. Pô!!! Enquanto isso, estamos perdendo o desfile.

Take 2 – Uma panorâmica lá da Praça da Apoteose, só pra você ver que o desfile já começou e você está perdendo. Claro que com uma arte gráfica de uma propaganda qualquer na arquibancada.

Take 3 – Um repórter (que poderia estar de folga) na arquibancada mostrando uma marmita que a tia “Jozefa” trouxe pra família comer durante o desfile. E qual o texto desta “maravilhosa” e “relevante” informação: “Olha Luís, (Luís Roberto, narrador da Globo) tem empadão de camarão, frango, farofa... Tá bom aqui, hein”. Pelo amor de Deus!!!! A escola está passando.........

Take 4 – Vamos à dispersão com a “Fulana de Tal”. (mais uma repórter que poderia está curtindo o carnaval). E o que ela está mostrando? “Olha Luís, tudo certo aqui na dispersão, nenhum carro quebrou, os componentes saíram tranquilamente”. Sim, e qual é a notícia relevante que justifique não mostrar o desfile??!!!!

Nesse momento a escola já está quase no setor 3. Já estão na Avenida, a Comissão de Frente, o 1º casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira, O carro Abre-alas e algumas alas. E nós não vimos NADA.

Depois, de mais algumas bobagens como : “Globoleza” apresentando o nome da escola (Como se a gente não soubesse quem está desfilando faz tempo, né?), Apresentação de como vem distribuída a escola, quantos componente, quem é o presidente, e várias informações ridículas para aquela hora, pois a escola já está desfilando, ora pois, pois!!!!!

Aí começa, enfim, a transmissão. Mas continua uma porcaria. Reparem que quando a emissora começa a mostrar PARTE da coreografia da Comissão de Frente, há uma coisa escrita no chão da Avenida. É a palavra MEIO. Isso significa que metade da Marquês de Sapucaí já está tomada pela escola, pois ali é o meio da Avenida. Pois bem. Como gastaram todo esse tempo mostrando um monte de porcarias, não têm tempo para mostrar a coreografia toda, mas eles têm que estragar ainda mais. Fazem “568” takes de “4” segundos cada. Mostram de cima, cortam pra baixo, cortam outra vez pro outro lado da Avenida, de cima de novo, um close no nariz do componente, e a gente não entende quase nada da coreografia que muitas pessoas passaram meses ensaiando. Parabéns. Vocês são demais com suas câmeras maravilhosas.

Um poco do Mestre- Sala e da Porta Bandeira. Você foi ao banheiro? Acendeu um cigarro? Leu 2 posts no Face pelo celular? Já era. Sinto te informar que você não vai ver a bandeira da escola novamente, porque eles não vão mostrar. Quem mandou você se distrair?

Aí vem o Abre-alas. Novamente um show de câmeras desconexas, closes exagerados, takes que ficam muito tempo mostrando muito pouco, além dos erros de informações dadas pelos apresentadores que o coitado do Milton Cunha (carnavalesco convidado para comentar) ficava consertando a toda hora. Aliás, o Milton Cunha foi uma das poucas coisas que a Globo acertou neste carnaval. Sabe tudo de desfile. É um craque.

A sequência das primeiras alas até que não é ruim. Tirando o show de horror de câmeras psicodélicas com cortes frenéticos.


A bateria é mostrada a exaustão. Mostram por dentro, por fora, de cima de lado, a rainha, a madrinha, o mestre, os ajudantes, até o cara que dá água na boca dos ritmistas. Mas o som... O áudio fica completamente fora do ritmo que o cantor está. Como os microfones estão posicionados dentro da bateria, ouvimos o som dos instrumentos primeiro do que a voz do cantor. Fica descompassado. Acertam numa coisa e erram em outra. Eita, Rede Globo......

Nesta hora Muitas alas já passaram pelo MEIO da Avenida, ponto em que eles começam a mostrar a escola. Como perderam muito tempo mostrando a bateria, têm que correr com as alas e não mostram quase nada. E assim se segue com o resto da escola. Os últimos carros passam pelas câmeras como se fosse uma corrida. Se o desfile da escola estiver atrasado, aí essa corrida parece Fórmula 1.


O fim é ainda mais trágico. Com uma hora e sete minutos de desfile, mais ou menos (lembrando que o desfile dura uma hora e vinte minutos), o formato quadrado e arcaico de transmissão da poderosa emissora, corta para o “Camarote de sei lá o quê” no qual está a podre Ana Paula Araújo, que tem a ingrata missão de mostrar Takes de 3 segundos com os melhores momento da escola que ainda não acabou seu desfile; ridículas declarações de internautas escolhidas a dedo pela produção, pois as minhas eles não leram. Nem poderiam; ler as notas dadas pelas pessoas que estão em casa, que assim como eu, estão tentando assistir ao desfile. Ou seja: a Ana Paula também podia está de folga. Além disso, ela ainda tem que pedir a opinião de pessoas convidadas que nada tem a ver com carnaval. Adoro a Fernanda Abreu. Mas cantando suas músicas. No seu ritmo. A lúdica Tereza Cristina é boa sambista, mas não entende nada de carnaval. É convidada para dizer que tudo estava lindo. Eri Johnson. Não vou nem comentar.


Ou seja: não vimos o fim do desfile. A saída da bateria do recuo, o último carro entrando na Apoteose, o portão se fechando e nem em quanto tempo a escola acabou seu desfile. A exceção foi a Mangueira, pois teve problemas e terminou o desfile além do tempo. Essa vimos.

Saindo do camarote, comerciais, aqueles dos mesmos anunciantes do desfile que vimos muuuuuito. E quando volta começa a saga novamente.

Essa é a transmissão de excelência Global.


Prezada Rede Globo, eu quero dizer que existe gente neste país e no resto do mundo que gostaria de ASSISTIR ao desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Não a esse desfile que vocês transmitem, mas ao desfile real.

Prezada Liesa, sei que a grana é ótima, mas o espetáculo do qual vocês são responsáveis, perde muito com a transmissão da maior rede de televisão do Brasil.

Prezado Ministério Público, quando vocês vão investigar até que ponto o consumidor é prejudicado com a exclusividade nas transmissões de televisão? O consumidor não tem direito de escolha. Temos que aceitar a porcaria que nos dão, sem poder trocar de canal.

Porque não se criam cotas para as transmissões? Quanto custa a exclusividade? Muito, né? Dividam esse valor em 2 cotas. Vendam as duas e terão o mesmo dinheiro. Se a Globo não comprar, a Band e a Record ou o SBT compram. E nós podemos escolher. Quando a Globo cedia os direitos para a Band transmitir o desfile das campeãs, fato que não ocorrerá em 2013, a transmissão era ótima. Bem melhor que a da Globo. Pelo menos sabíamos a sequência das alas, assistíamos a toda a coreografia das Comissões de Frente, etc.

Eu tenho um formato pronto para a transmissão. Quem sabe um dia posto aqui.

Pessoal, vamos pensar nisso. A exclusividade em qualquer coisa quase sempre lesa o consumidor. Analisem. Cobrem. Metam bronca.

Então, tá. Chega de carnaval, pois já começou o ano.

Abç.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

SACOLAS PLÁSTICAS SÃO AS MAIORES VILÃS?


A medida que evolui, a humanidade desperta para o fato de que as grandes descobertas de outrora, na verdade são um problema, por vezes, enorme. Cito como exemplo o petróleo, que já foi considerado a solução, a revolução e já se sabe, há muito tempo, que os combustíveis fósseis são muito nocivos ao meio ambiente. Pois bem. A bola da vez são as sacolas plásticas. Consideradas uma revolução no passado recente, hoje os ambientalistas as condenam com veemência, alegando que demoram muito para se decompor e isso seria nocivo ao planeta. Os governos estão sedendo às pressões dos ecologistas e alguns já tentam movimentos para substituir ou controlar o uso das sacolas. Mas será que realmente elas são tão vilãs assim? Será que são responsáveis por tantos males? Vamos analisar alguns fatores.

Primeiro, o declarado problema. Você sabe quanto tempo as sacolas plásticas demoram para sumir no ambiente? De 30 a 40 anos, segundo o site lixo.com.br, que usa informações da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro). Ora, será que isso é muito tempo? Vejamos alguns outros exemplos para comparamos: Fraudas descartáveis - 600 anos (fonte: Unicef); Couro – 50 anos (fonte: Comlurb); Caixa de leite – 100 anos (fonte: SMA São Sebastião); Material plástico - 450 anos (fonte: Unicef); Vidro – 1 milhão de anos (fonte: Campanha Ziraldo); Borracha – tempo indeterminado (Campanha Ziraldo). Isopor – tempo indeterminado (fonte: Ambiente Brasil). Então existem outros vilões muito mais agressivos ao meio ambiente do que as pobres sacolinhas. Será que a solução vai ser voltar a usar fraudas de pano? E os potes de vidro de azeitonas, maioneses, picles, etc? E as bandejinhas de isopor que são amplamente utilizadas nos mercados para embalar carnes, queijo, presunto, bacalhau, e tantos outros produtos? E os descartáveis em geral cada vez mais utilizados em festas e reuniões? E as garrafas plásticas (PET)?

Os ecologistas alegam que o problema está na quantidade de sacolas utilizadas pela população. Lembrando que as mesmas são fornecidas gratuitamente pelos mercados e usadas amplamente pelas pessoas para colocar o lixo das residências. E se acabarem as sacolinhas, como vamos jogar o nosso lixo fora? Eu digo: seremos obrigados a comprar sacos de lixo e os mesmos serão plásticos. Garanto. Não sei se vai ajudar muito acabar com as sacolas, se o problema for esse.

A matéria da colega Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil, publicada em 10/03/2012, dá a dimensão do uso de sacolas no Brasil. Ela diz: “No Brasil, estima-se que o uso de sacola plástica seja 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano”. Realmente é um volume muito grande. Se olharmos para os números mundiais, a coisa fica ainda mais assustadora. Ela cita dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que indicam que, no mundo, são distribuídas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano.

Vários países tomaram medidas diferentes para redução do uso de sacolas. A maioria, cobrando alguns centavos por cada sacola plástica usada pelo consumidor, além de campanhas de conscientização. No Brasil, algumas campanhas foram iniciadas para diminuir o uso das sacolas. O Governo Estadual do Rio de Janeiro, através da Secretaria do Ambiente, por exemplo, aprovou uma lei que obriga mercados de grande e médio porte a oferecerem um desconto de R$ 0,03 centavos a cada 5 produtos que o consumidor leve e não use as sacolas plásticas. Note que o mercado continua a oferecer de graça as sacolas, mas dá o desconto a quem não as usar.

Acredito que se os governos realmente quisessem mudar esse quadro poderiam ser muito mais agressivos nas medidas. Pense: se o objetivo é diminuir o uso das sacolas plásticas, então por que essas são de graça e as sacolas retornáveis custam tão caro? Seria muito mais eficiente uma estratégia que cobrasse pelas sacolas de plástico e fornecesse as retornáveis de graça, não é? Afirmo que não seria difícil. Uma ideia simples poderia dar certo. Empresas de grande porte poderiam bancar o custo de fabricação de sacolas retornáveis em troca de propaganda estampadas nas próprias sacolas, que distribuídas gratuitamente, seriam uma propaganda excelente e de grande impacto.

Lembram dos números citados pela colega Priscilla Mazenotti? 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano. O acordo ainda poderia se estender para os mercados que poderiam dividir o custo com as empresas e também estampar suas marcas juntamente com as empresas. Imaginam como essas imagens seriam vistas? Você acha que sairia caro? Sabe quanto custa 30 segundos de propaganda na televisão? Segundo o site mundodasdicas.com.br, em matéria de 02/02/2012, considerando as "emissoras de televisão nacionais de maior audiência, como Globo, SBT, Record e Band, o custo de anunciar um comercial de 30 segundos, vale para abrangência nacional, cerca de R$ 381 mil; abrangência estadual, R$ 148 mil em São Paulo e nos demais Estados costuma ser bem menores do que este valor; e nível municipal, R$ 1.800. a R$ 6 mil". Imaginem quanto gastam empresas de telefonia, de departamento, de bebidas, bancos, etc. Não poderiam dividir essa verba de publicidade com as sacolas? A visibilidade seria imensa. Falta vontade política de verdade ou falta competência mesmo. Aliás, como sempre.

Não sei se acabar com as sacolinhas vai resolver o problema do meio ambiente, mas existem diversas maneiras de acabar com elas. Mas tenho certeza que o plástico, como sacolas ou como sacos de lixo, vão continuar a abrigar nosso lixo residencial. Ou não?

Então tá. Até a próxima.
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André Maciel

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